As pessoas vomitam seus valores
ao mundo, na tentativa de criar parâmetros universais para o ‘dever ser’ da
espécie. Tolos e toscos fazem-se ao vangloriar-se de seus ensinamentos, e
principalmente ao tentar doutrinar aqueles que os cercam. Nenhum indivíduo há
de ocupar, sob hipótese alguma, o local de perspectiva do outro, a lei da
física atesta irrefutavelmente que dois corpos nunca ocuparão o mesmo lugar no
espaço, e dessa forma, o mesmo ângulo nunca será visualizado por dois seres no
mesmo espaço de tempo, e o tempo transcorrido jamais haverá de ser resgatado.
Dessa forma, a noção advinda da
experiência haverá de permanecer individual pela posteridade. Entretanto, por
mais óbvio que devesse parecer ao entendimento geral, ainda há os que atribuem
à negativa das “receitas de bolo existencial” um ato de arrogância, mau
entendimento, e princípio da ignorância.
As cartilhas para padrão de
comportamento e de pensamento multiplicam-se indefinidamente. As religiões, e
suas instituições correlatas, anunciam-se em todas as direções, e a espécie
aclama, contraditoriamente, sob um viés na perspectiva da liberdade de escolha,
e sob outro na busca pelos deuses para idolatrar, e nesse paradoxo infindável,
os que sabem lidar com flexibilidade, extrema malícia, e absurda imbecilidade,
seguem orquestrando um bando interminável de boçais.