quarta-feira, 26 de setembro de 2012

PEQUENO TRATADO COTIDIANO ACERCA DA HUMANIDADE XII


As pessoas vomitam seus valores ao mundo, na tentativa de criar parâmetros universais para o ‘dever ser’ da espécie. Tolos e toscos fazem-se ao vangloriar-se de seus ensinamentos, e principalmente ao tentar doutrinar aqueles que os cercam. Nenhum indivíduo há de ocupar, sob hipótese alguma, o local de perspectiva do outro, a lei da física atesta irrefutavelmente que dois corpos nunca ocuparão o mesmo lugar no espaço, e dessa forma, o mesmo ângulo nunca será visualizado por dois seres no mesmo espaço de tempo, e o tempo transcorrido jamais haverá de ser resgatado.
Dessa forma, a noção advinda da experiência haverá de permanecer individual pela posteridade. Entretanto, por mais óbvio que devesse parecer ao entendimento geral, ainda há os que atribuem à negativa das “receitas de bolo existencial” um ato de arrogância, mau entendimento, e princípio da ignorância.
As cartilhas para padrão de comportamento e de pensamento multiplicam-se indefinidamente. As religiões, e suas instituições correlatas, anunciam-se em todas as direções, e a espécie aclama, contraditoriamente, sob um viés na perspectiva da liberdade de escolha, e sob outro na busca pelos deuses para idolatrar, e nesse paradoxo infindável, os que sabem lidar com flexibilidade, extrema malícia, e absurda imbecilidade, seguem orquestrando um bando interminável de boçais. 

Um comentário:

Colecionadora de Memórias disse...

http://www.youtube.com/watch?NR=1&feature=endscreen&v=u_7ueLXcedE