quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Já que não sou mais o foco dos seus olhares
que não aumento mais o ritmo da sua pulsação
que não posso mais lhe causar epifanias
e nem lhe inspirar as mais belas palavras ...

...te acompanho de longe com esse ar nostálgico.
"daí vá ficando por aí. eu vou ficando por aqui. evitando, desviando, sempre pensando se por acaso a gente se cruzasse."

(alice ruiz)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Repito sempre: sossega, sossega - o amor não é para o teu bico.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Adeus

Era como se cada pulsar do seu coração falasse por si só...
sua respiração ofegante, envergonhada, demonstrava que algo havia de se partir
as mãos transpiravam como nunca,
nos lábios sentia-se uma suavidade indescritível

a doçura das palavras que causaram tanta angustia,
fez com que eu sentisse a dor de ser ferida com uma rosa

os olhos viam que a dor havia se eternizado

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Traga-me de volta a primavera,
deixe-me parada na mesma estação, imersa entre as flores..
..depois (des) habite meu coração.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Se envergonhou da solidão tão aguda que sentia,
odiou-se por se sentir tão frágil..
..e tão mediocremente pequena.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

_ Por que insiste em me seguir?
_ Me encantei com seu desafeto!
_ Ora.. e desafeto causa encantamento?

_ É ... Bem ... (...)

_ ( ? )

_ Talvez um dia você possa me responder ... Adeus.




_ Eih! volte aqui.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O sentido é inexpressável.
E a falta de sentido..
..faz todo sentido










sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Acrilic on canvas



- É saudade então.





E mais uma vez

De você fiz o desenho mais perfeito que se fez:

Os traços copiei do que não aconteceu.

As cores que escolhi, entre as tintas que inventei,

Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos

De um dia sermos três.

Trabalhei você em luz e sombra





Era sempre:

- Não foi por mal. Eu juro que nunca

Quis deixar você tão triste.

Sempre as mesmas desculpas

E desculpas nem sempre são sinceras -

Quase nunca são





Preparei a minha tela

Com pedaços de lençóis

Que não chegamos a sujar.

A armação fiz com madeira

Da janela do seu quarto.

Do portão da sua casa

Fiz paleta e cavalete

E com as lágrimas que não brincaram com você

Destilei óleo de linhaça

E da sua cama arranquei pedaços

Que talhei em estiletes

De tamanhos diferentes

E fiz então

Pincéis com seus cabelos.

Fiz carvão do batom que roubei de você

E com ele marquei dois pontos de fuga

E rabisquei meu horizonte.





Era sempre:

- Não foi por mal. Eu juro que não foi por mal.

Eu não queria machucar você: prometo que isso nunca vai

Acontecer mais uma vez.

E era sempre, sempre o mesmo novamente -

A mesma traição.





Às vezes é difícil esquecer:

- Sinto muito, ela não mora mais aqui.

Mas então porque eu finjo que acredito no que invento ?

Nada disso aconteceu assim - não foi desse jeito.

Ninguém sofreu: é só você que provoca essa saudade vazia

Tentando pintar essas flores com o nome

De "amor-perfeito" e "não-te-esqueças-de-mim".

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O que nos move na vida quando a vida não nos move?

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O problema em existir é se dar conta disso.

sábado, 22 de setembro de 2007

Iria eu renunciar ao jogo simplesmente porque ele é inútil ?

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Eu é que não me acabo atrás de qualquer sensação.

domingo, 16 de setembro de 2007

Queria prender-te nos meus olhos.
Guardar-te nos meus braços.
Proteger-te de ti.

(...distrair-se de mim)
Novamente aquele perfume se aproxima anunciando sua chegada...

(o primeiro sentido a perceber-te [ mas não o último] )

...um súbito impulso me move lentamente em direção ao desejo.

sábado, 15 de setembro de 2007

Tivemos como cúmplice apenas um de seus cigarros ...

(que lentamente acompanhou cada segundo da leveza das palavras e não ousou interromper a manifestação mais bela da existência.)

...coexistimos então
sem deixar vestígios.

domingo, 9 de setembro de 2007

Dê-me sua mão...
deixe que meu suor adentre seus poros,
sinta o tremor que me causa,
Fique ao meu lado esta noite
quero sentir que estas velando meu sono.

sábado, 8 de setembro de 2007

Traga-me desejo
sirva-o em pequenas doses
(embriagantes doses...)
Ouça os meus pedidos
Satisfaça-os
e vá.
Que reste apenas o doce silêncio.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

No fim
apenas
não resta.

Foi-se a noite
perdida
imersa no remorso.

Teria adormecido
acalentada
nos braços fortes da culpa?

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Os carros na minha frente vão indo
e eu nunca sei pra onde,
será que é lá que você se esconde?
Eu vou fugir para dentro de mim
E voltarei para cumprir as ordens de meus anseios
Vou viver ao máximo até que morra de overdose de uma vida qualquer
Experimentar seus lábios e olhares faz parte do plano de overdose.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Cabelos em desalinho,
olhos que se misturam.
Caldo da vida.

domingo, 19 de agosto de 2007

Eu tive vontade de beijar-te...
Não como amante... mas como amor que delineia limites que pudor algum diz... Beijar-te com a beleza que flui e sem o compromisso da mortalidade... Beija-lo por ser o beijo quem conta segredos.
O que o beijo poderia contar... nem mesmo aquele reflexo dos olhos teus poderia conter, era impossivel. Naquele beijo, homem e lobo conviveriam sem um fazer qualquer mal ao outro....
O beijo te calaria...assustaria...
Mas certamente não feriria... E somente se estivesse ao meu lado a muito tempo, saberia que que é a mulher em mim que lhe beijara...

beijar-te-ei...mas não hoje, nem agora... Mas quando seus olhos permitirem.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

—Por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Peço, por favor, não se aproximem muito, deixe que eu mantenha o interesse da distância, visto de perto tudo é demasiado humano, a inconformidade tende a crescer quando se nota traços tão semelhantes em todos os bípedes viventes, deixe que eu pense apenas que fui amaldiçoada pelo acaso por ter me deparado com tantos iguais e previsíveis, não comprovem as minhas suspeitas.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

É como eu sempre digo: Tudo é uma questão de tempo. sempre.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

por vezes falava desse espanto, mas, como ninguém parecia partilhá-lo nem sequer compreendê-lo (a vida é feita assim de pequenas solidões), esqueci-o.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

''As pessoas agarravam-se cegamente à primeira coisa que lhes aparecesse: comunismo, orgias, andar de bicicleta, erva, o catolicismo, halteres, viagens, o recolhimento, a comida vegetariana, a índia, pintura, beber, andar por aí, iogurtes, congelados, Beethoven, Bach, Buda, Cristo, haxixe, sumo de cenoura, suicídio, roupas por medida, viajar de avião, Nova Iorque, e de repente tudo desaparece. As pessoas tinham de encontrar coisas para fazer enquanto esperavam pela morte. Acho que era bom podermos escolher.''

(Bukowski)

terça-feira, 17 de julho de 2007

Longe de estar pendendo para o resto de ranço comunista, porém, mais longe ainda de aderir à lógica do capital.

“Qual a utilidade de vossas camisas de seda? Estão penduradas aí, aos milhões, invendáveis; e há os milhões de costas nuas, trabalhadoras, que não as podem usar. As camisas são úteis para cobrir as costas humanas; inúteis para qualquer outra finalidade, um motejo insuportável, de outro modo. Que recuo representa esse aspecto do problema!” (Leo Huberman, História da Riqueza do Homem, pág. 302)"

segunda-feira, 16 de julho de 2007

''A dor é uma coisa estranha. Um gato que mata um pássaro, um acidente
de automóvel, um incêndio... A dor chega, BANG, e eis que ela te atinge. É
real. E aos olhos de qualquer pessoa pareces um estúpido. Como se te
tornasses, de repente, num idiota. E não há cura para isso, a menos que
encontres alguém que compreenda o que sentes e te saiba ajudar.''

(Bukowski)

sexta-feira, 13 de julho de 2007

"A vida das pessoas sãs, dos homens comuns, era uma estupidez pior do que a morte. Parecia não haver alternativa possível. A educação também parecia uma armadilha. A pouca educação que eu tinha me permitido havia me tornado ainda mais desconfiado. O que eram médicos, advogados, cientistas? Apenas homens que tinham permitido que sua liberdade de pensamento e a capacidade de agir como indivíduos lhes fosse retirada"


(Bukowski)

quarta-feira, 11 de julho de 2007

"Uma maldita nação inteira de desgraçados dirigindo carros, comendo, tendo bebês, fazendo todas as coisas da pior maneira possível, como votar em candidatos à presidência que os fizessem lembrar de si mesmos.
Eu não tinha interesses. Eu não tinha interesse por nada. Não fazia a mínima idéia de como iria escapar. Os outros, ao menos, tinham algum gosto pela vida. Pareciam entender algo que me era inacessível. Talvez eu fosse retardado. Era possível. Freqüentemente me sentia inferior.
Queria apenas encontrar um jeito de me afastar de todo mundo. Mas não havia lugar para ir. Suicídio? Jesus Cristo, apenas mais trabalho. Sentia que o ideal era poder dormir por uns cinco anos, mas isso eles não permitiriam."


(Misto Quente, Charles Bukowski)

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Saindo de Cena.

Seria esse o momento apropriado?

domingo, 8 de julho de 2007

A Solidão Final

Depois de todas as negações, depois da falência de todas as formas de uma pacificação, o homem descobre enfim que está só. Todos os brinquedos da nossa infância milenar jazem por terra com as tripas mecânicas de fora, e depois do prazer com que os desventrámos, olhamos, aterrados, por não termos mais brinquedos para desventrar... As horas ressoam no céu deserto onde só o silêncio responde ao nosso pobre pavor.

Vergílio Ferreira, Carta ao Futuro.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Além de atores, precisamos ser platéia.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Pior do que descobrir que uma estratégia usual sua é de pouco êxito, é descobrir sendo alvo da mesma.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Vazio repleto de falta.

domingo, 1 de julho de 2007

Os "Humoristas" da atualidade a cada dia surpreendem mais com seus fracassados espetáculos. Aguçando minimamente a percepção logo se entende o enredo principal e percebe-se o drama pessoal que existe por trás das sátiras (no palco nada escapa da luz dos holofotes). Contradizem-se sempre na busca de sustentar seus personagens, fingem personificar o disfarce, decoram suas falas de forma tão ordenada que esquecem que as perguntas mudam... e que o público também se altera, dificultando o sucesso na dissimulação.

sábado, 30 de junho de 2007

Constatado

Indelevelmente o gênero masculino, em alguns casos especifícos, apontam o quanto ainda de fato existem os pseudo-racionais... Os verdadeiros "Racio- Símios".

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Uma experiência fracassada de vida humana orientando outra :

"A primeira regra para não ser um brinquedo nas mãos de qualquer velhaco, nem ridicularizado por qualquer imbecil, é manter-se reservado e distante."
( Schopenhauer)

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Fiquem a vontade para criticar meu péssimo senso de humor, sintam-se no direito de atribuir a mim seus rancorosos adjetivos, mas não esperem que o ridículo me cause risos, e não queiram que eu internalize aquilo que parece bom aos seus olhos. Fico com a solidão das minhas peculiaridades.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

“... a grande liberação chega de repente, como um terremoto: a jovem alma é de um só golpe sacudida, derrubada, arrancada - ela própria não entende o que se passa. Um ímpeto e um fervor imperam e se apoderam dela como uma ordem; uma vontade, um desejo desperta para seguir em frente, para onde quer que seja, a qualquer preço; uma violenta e perigosa curiosidade por um mundo desconhecido arde e flameja em todos os seus sentidos. "Antes morrer que viver aqui" - assim fala a imperiosa voz da sedução: e este "aqui", este "em casa" é tudo quanto ela amou até então! Um repentino medo. Uma desconfiança em relação a tudo que ela amava, um lampejo de desprezo por aquilo que para ela significava “dever”, um desejo sedicioso, voluntário, impetuoso como um vulcão, de expatriação, de afastamento, de resfriamento, de desengano, de gelificação, um ódio ao amor, talvez um gesto e um olhar sacrílego para trás, para onde ela até então havia orado e amado, talvez um rubor de vergonha pelo que acaba de fazer e ao mesmo tempo um grito de alegria por tê-lo feito, um arrepio de embriaguez e de prazer interior, em que se revela uma vitória – uma vitória? Sobre quê? Sobre quem? Vitória enigmática, problemática, contestável, mas ainda assim uma primeira vitória: - aí estão os males e as dores que compõem a história de grande libertação.” (Nietzsche, Humano, Demasiado Humano)

Saudades do que nem cheguei a viver...

Benvinda
Mutantes
Composição: (Arnaldo Baptista / Rita Lee)
Benvinda
Eu estou em paz

Você demorou

Por onde andou ? Fiquei chateado

Coitado de mim

Eu sem você não sou ninguém

Benvinda

Benvinda

Aos braços meus

Garanto a você

Que nós vamos ter

Um lindo dia pela frente

Eu sem você não sou ninguém

Benvinda

terça-feira, 26 de junho de 2007


Negando (mesmo que momentaneamente) o egoísmo intrisencamente humano, aprecio cada segundo desse adorável sentimento de te querer bem.

:)

domingo, 24 de junho de 2007

Estranho aconchego de um abraço sem braços. :)

sábado, 23 de junho de 2007

Antes de levar em consideração qualquer declaração piegas, que emane da boca de seres ditos "machos" , e entrar no campo do encantamento, tenha em mente o quão decorado e repetitivo pode ser o discurso de um homem. Não minha amiga, não foi só para você , ele diz mesmo isso para todas.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Noite de inferno (Artur Rimbaud)

Bebi um grande gole de veneno. - Três vezes bem-dito o conselho
que até mim chegou! Abrasam-se-me as entranhas. A violência do
veneno convulsiona-me os membros, desfigura-me, atira-me ao solo.
Morro de sede, sufoco, não posso gritar. É o inferno, a condenação
eterna! Olhai como o fogo cresce. Queimo como devo queimar! Sai,
demônio!
Havia entrevisto a conversão ao bem e à felicidade, a salvação.
Posso descrever a visão? O ar do inferno não tolera hinos! Eram
milhões de criaturas encantadoras, um suave concerto espiritual, a
força e a paz, as nobres ambições, que sei eu?
As nobres ambições!
E é ainda a vida! - Se a condenação é eterna! Um homem que quer
mutilar-se está condenado, não é assim? Acredito-me no inferno,
logo estou nele. É o cumprimento do catecismo. Sou escravo de meu
batismo. Pais, fizestes a minha desgraça e a vossa! Pobre inocente! -
O inferno nada pode contra os pagãos. - É a vida. Mais tarde, as
delícias da condenação serão mais profundas. Um crime, depressa,
que as leis humanas me precipitem no nada.
Cala-te, mas cala-te!... Esta é a vergonha, esta a repreensão: Satã que
diz que o fogo é ignóbil, que minha cólera é terrivelmente louca. -(...)
Eis o nosso inegável destino: uma "prostituição" pública e a vergonha ou uma "prostituição" secreta e a infelicidade.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Entende-se a dimensão que uma palavra pode atingir quando a proferimos no momento errado... é o que costumam chamar de "perder a oportunidade de manter-se calado"

terça-feira, 19 de junho de 2007

Será que a vida é uma angústia que deve ser sacrificada em nome da calma?

segunda-feira, 18 de junho de 2007


Aperfeiçoando-se a cada dia na arte do 'parecer ser', torno-me atriz da tragédia existencial. Finjo ser uma pessoa, mas na realidade não sou nada. E só depende de mim a maneira que essa determinada pessoa vai se mostrar ao resto do mundo . Já sabemos o que vão esperar de nós de acordo com aquilo que apresentamos a princípio, e é de extrema necessidade que o nosso sentido mais profundo seja mantido em completo e enigmático silêncio. O silêncio que ensurdece aos que não sentem.