Não fomos programados para efetivamente nos darmos conta da angustiante atrocidade daquilo que somos e praticamos.
Essa nossa habilidade inconfundível, e de artimanhas pessoais incopiáveis, com que criamos e aperfeiçoamos os nossos mecanismos ardilosos de coexistência, em que os maiores ludibriados com a nossa falta de integridade e dignidade expostas inconscientemente nas entrelinhas, e manifestas nos entremeios de nossas atitudes, somos nós mesmos.
Fabricamos a criatura para engolir as nossas cabeças de criadores.
Aficionados com o idealismo moral, não nos damos conta de que, se a língua é o chicote do corpo, o silêncio de consentimento por conveniência é o chicote da alma.
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