terça-feira, 30 de agosto de 2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2011


Saiba que os poetas, como os cegos, podem ver na escuridão. - Chico Buarque


a noite segue quente
irreconhecível
minha alma segue morna
inexpressível

domingo, 28 de agosto de 2011


"E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas. Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada" Vinícius de Moraes

a semana que guardou alardeios 
no transcorrer dos seus inesperados entremeios
encerra-se muda
e a necessidade de grito
em meio a tudo o que se silencia
nessas inverdades profundas 
e nesses caminhos tortuosos 
trilhados com palavras sórdidas
e ironias mal faladas e obscuras
desfaz tamanha necessidade de contato
nessa ausência de doçura aguda

e ficam pétalas de rosas vermelhas
espalhadas por entre as páginas inconclusas

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

[eu sou esse vagar leve por entre as palavras
e nunca poderei ser nada de preciso
de conciso e de aprisionável
eu sou esse deslisar livre por entre os versos
e esse fugir brusco daquilo que me sufoca
esse paradoxo inquestionável
de irritar fácil contínuo e indelével
esse cansar de nada e de tudo
de nada esclarecer-se
e de tudo transtornar-se
eu sou essa sua incompreensão 
e essa escolha pelo pisar em espinhos
e por dilacerar as idealizações
e achar que tudo não passa de tolices 
e inverdades dispersas pelo caminho
eu sou esses olhos que me fitam
e essas mãos que me tocam
eu estou nesses olhos que me comem
e nesse corpo que me rejeita]

sexta-feira, 19 de agosto de 2011


sexta feira chuvosa
o ócio se faz presente
e o discernimento
como sempre
a poucos pertencente
a ignorância manifesta
meus nervos se retorcem
e a paciência se testa

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Que a delicadeza
que reside na pequenez
 das  minhas frágeis minúcias
Ainda me salve!





[o prazer de ver a folha ser preenchida
uma certa psicose mal desenvolvida
que se desenrola de forma deficiente
fora dos padrões de verdades eminentes]

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

marco que define objetivamente a extensão dos meus dias existindo

O dias passam, e algumas idéias não se dissipam 
como era de se esperar com o despertar da suposta maturidade
Ainda sinto o gosto agridoce da falta de compreensão que decorre:
essa insensata conjugação de nossa pequenez e de nossa singularidade

Os dias passam,
e muito do que foi, 
persiste e fica, 
entranhado, 
em todas as manifestações do ser

Elementos autênticos se camuflam em meio a artifícios, 
protegidos para virem à tona refletidamente

Os dias passam,
e o que se é, 
se aperfeiçoa, 
rumo ao nada, 

que é apenas o que inquestionavelmente resta

E fica aquela graça circunstancial 
de fazer-se no mundo,
ainda com as rédeas dessa ação, 

sem pensar que se irá de forma inevitável 
fundir-se a ele no findar do trajeto 
que abrange a todos indistintamente 
desconsiderando nossa singularidade 
e atestando a nossa pequenez

terça-feira, 9 de agosto de 2011






[Senti sua falta por esses dias, saudades de quando olhava em seus olhos e via uma profundidade que não poderia pertencer a qualquer outro, chegando a confundi-los com abismos imperscrutável, ou ao se cogitar a possibilidade de você ter se feito um corpo que sobre a terra paira inabitado.


Com o que foi que preencheu todo esse espaço que lhe separava dos outros?

Tens estado leve ultimamente, assustadoramente leve, arriscaria dizer que tens transmitido certa felicidade, e uma peculiar facilidade de ser, alguma coisa branda tem se misturado a sua aura caótica de outrora.
Estas irreconhecível em sua nova amabilidade,  e preocupante em tais manifestações de  afabilidade, tens me confundido deveras, tens estado doce, mas não posso atestar tais elementos, pois não lhe sei, e é certo que nunca lhe saberei.

 Quando virá o próximo rompante que lhe fará romper novamente os vínculos com sua humanidade?] 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

[Angustiada frente ao que escapa as rédeas que estão sob o meu controle,
 tomo-me pela mão e trilho o meu caminho 
Com a exaustão que só a presença inevitável do outro que não se escolhe é capaz de causar
Camuflo a temeridade e o desgaste que me causam no riso manso e na verborragia


Tremo de pavor frente ao desconcertante estado de inaptidão ao coexistir pacificamente com as amenidade  


Respondo pelos rompantes que escapam ao controle do inconsciente e deixam em evidência o quão vago se fazem 


Por impulso controlo a minha repulsa 
por mero condicionamento ao não estado de surto 
e me preservo ao meu próprio desfrute


Não ei de transbordar


Em prol da causa nobre que é a sanidade








Enlouqueço no espaço pertinente do seu corpo
O desvairo se limita a sua boca
O grito destino aos seus ouvidos
 E a força ao toque em sua pele]