e nunca poderei ser nada de preciso
de conciso e de aprisionável
eu sou esse deslisar livre por entre os versos
e esse fugir brusco daquilo que me sufoca
esse paradoxo inquestionável
de irritar fácil contínuo e indelével
esse cansar de nada e de tudo
de nada esclarecer-se
e de tudo transtornar-se
eu sou essa sua incompreensão
e essa escolha pelo pisar em espinhos
e por dilacerar as idealizações
e achar que tudo não passa de tolices
e inverdades dispersas pelo caminho
eu sou esses olhos que me fitam
e essas mãos que me tocam
eu estou nesses olhos que me comem
e nesse corpo que me rejeita]
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