sexta-feira, 29 de julho de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
quinta-feira, 21 de julho de 2011
"Você me disse que eu sou petulante, né? Acho que eu sou sim, viu? (...)
Você me disse que eu destruo sempre a sua mais romântica ilusão
E que destruo sempre com minha palavra o que me incomodou
Acho que é sim"
Oswaldo Montenegro
[as unhas sempre por fazer era um dos traços que marcava o desleixo que se estendia para tudo aquilo que era objetivamente contemplável. Não era capaz de compreender o mecanismo cerebral daqueles que ocupavam-se das minúcias exteriores, mas ainda assim os apreciava, entretanto não assimilava a possibilidade de tal dispêndio de tempo e fôlego de vida.
Bom era estar ocupando-se da decoração da alma, da elevação do espírito, mesmo não acreditando em nenhum deles.
e acabara por descobrir que isso poderia sim ser apreciado!]
domingo, 17 de julho de 2011
Daquilo que não profiro
Eu tenho estado entre os que fazem silêncio,
não quero deixar transparecer ao mundo o desalinhado pensamento
quando tudo estiver novamente alcançado sua órbita
é possível que eu venha a vomitar por sobre os ouvidos afoitos aquilo que anseiam
Mas agora deixem que eu emudeça
tudo o que eu possa vir a dizer
poderá sofrer reformas num momento breve
E como palavras não aceitam remendos nem retorno
deixe que elas fiquem dentro
deixe que elas adormeçam enquanto não se fazem pertinente em cena
O teatro das palavras não aceita improvisos
e muito menos tolera que se concerte no espetáculo seguinte
o tempo é sempre no agora para o que se diz
....assim como para o que não se diz
há de escolher:
- entre proferir a palavra crua
- ou perder a disponibilidade dos ouvidos
não quero deixar transparecer ao mundo o desalinhado pensamento
quando tudo estiver novamente alcançado sua órbita
é possível que eu venha a vomitar por sobre os ouvidos afoitos aquilo que anseiam
Mas agora deixem que eu emudeça
tudo o que eu possa vir a dizer
poderá sofrer reformas num momento breve
E como palavras não aceitam remendos nem retorno
deixe que elas fiquem dentro
deixe que elas adormeçam enquanto não se fazem pertinente em cena
O teatro das palavras não aceita improvisos
e muito menos tolera que se concerte no espetáculo seguinte
o tempo é sempre no agora para o que se diz
....assim como para o que não se diz
há de escolher:
- entre proferir a palavra crua
- ou perder a disponibilidade dos ouvidos
Das palavras que profiro
O que posso lhe dizer
de tudo aquilo que impensadamente eu lhe digo:
- é que me saboto com as palavras...
e elas me ferem tão profundamente
quanto dilaceram as suas expectativas
a extrema acidez com que se mostra
é a mesma que passa por minha boca e deixa rastros.
E fico perplexa com a convengência sonora e prática entre acidez e lucidez
de tudo aquilo que impensadamente eu lhe digo:
- é que me saboto com as palavras...
e elas me ferem tão profundamente
quanto dilaceram as suas expectativas
a extrema acidez com que se mostra
é a mesma que passa por minha boca e deixa rastros.
E fico perplexa com a convengência sonora e prática entre acidez e lucidez
domingo, 10 de julho de 2011
Logo estará tudo no seu lugar... (oriundo de uma confusa tarde de domingo)
Uma gripe forte de tirar o sono
uma solidão de devolver a paz
uma barra grande de chocolate
e uma forma física que não se obterá jamais!
sábado, 9 de julho de 2011
Das pessoas e da solidão
Sentia que era como se as pessoas tivessem medo de encontrar-se consigo mesmas, e toda e qualquer possibilidade de se haver um momento solitário lhes proporcionasse um pânico fóbico de ter que se voltar para as antigas visões de si, ou então se deparar com as atuais formas que se toma frente ao espelho, objetiva e subjetivamente, e ter de ver fluir nos entremeios dos bloqueios que a mente não foi capaz de executar, as projeções que não se ousa expor, e que não se ousaria ser.
Oswaldo Montenegro, Drop's de Hortelã
Quase dois meses que aqui me encontro, exatos 48 dias em que estive imersa nesses ares completamente diversos daquilo que havia sido toda a minha existência até o presente momento, e sinto-me deveras satisfeita, mesmo que arrebatada por uma gripe interminável, com as pontas dos dedos desagradavelmente geladas, e com uma série de responsabilidades antes desconhecidas, e circunstancialmente negligenciadas, sinto agora brandura morna em minhas entranhas.
Eu que havia me direcionado a esse lugar aos prantos, hoje me faria em lágrimas se tivesse que retornar às origens. Foi como se aqui eu tivesse me deparado com aquilo que há de mais sincero e autêntico na minha essência, e gostado.
Desprendida de algumas das sufocantes obrigatoriedades humanas, não me assusto mais com a ausência de rotina dos dias, e não mais faço questão de ter os caminhos previamente trilhados para se seguir instintivamente, ver-se livre dos roteiros eternos de folhetins desinteressantes me deu abertura para executar a minha própria tragédia nonsense, e mesmo que para alguns isso possa limitar-se a livros e internet, eu não me debruçaria nesta causa para tentar provar o contrário.
Existo ativamente se me convier, e se não, não devo a ninguém, além de mim mesma, os frutos podres da minha inércia. E se me interpretarem de maneira simplista, assumo o personagem frente a platéia, camuflo a minha esquisitisse de modo que faça sentido vossas previsões.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
sábado, 2 de julho de 2011
Completando o período de transição
Comodismo suscita lamento
Eu abdico do meu direito à calmaria
E abarco do novo o seu tormento
Escolher sempre causa certa apreensão, tanto pelo medo do desconhecido que se encontra no caminho em que se é possível trilhar, pelo que as circunstâncias e os anseios aplicados proporcionaram, como pelo medo de ter o espaço conquistado anteriormente esfriado pela ausência do calor do próprio corpo.
E de fato por um período fica-se desaquecido. Na mudança, no processo de transição, sempre há um espaço de tempo em que se tem que tolerar o frio causado pelo ninho que esfriou por não estarmos mais lá, e pelo tempo curto que ainda não permite que o nosso corpo reconheça a familiaridade e aqueça o novo espaço em que se está. É um período deveras devastador da sanidade, em que a vulnerabilidade mostra-se inquestionavelmente em cena, trata-se do momento em que os ditos "por um triz" ou o "caminhar na corda bamba" se aplica na sua essência, escancara-se cru aos nossos olhos, mostra-se despudoradamente despido e sobre a luz dos holofetes, e não há consolo nem subterfúgios, a resistência frente ao novo, que dói e dilacera a pele ainda acostumada com a corriqueira rotina cotidiana, é o que se tem que digerir antes do usufruto das doçuras futuras....
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