domingo, 17 de julho de 2011

Daquilo que não profiro

Eu tenho estado entre os que fazem silêncio,
não quero deixar transparecer ao mundo o desalinhado pensamento

quando tudo estiver novamente alcançado sua órbita
é possível que eu venha a vomitar por sobre os ouvidos afoitos aquilo que anseiam

Mas agora deixem que eu emudeça
tudo o que eu possa vir a dizer
poderá sofrer reformas num momento breve

E como palavras não aceitam remendos nem retorno
deixe que elas fiquem dentro
deixe que elas adormeçam enquanto não se fazem pertinente em cena

O teatro das palavras não aceita improvisos
e muito menos tolera que se concerte no espetáculo seguinte
o tempo é sempre no agora para o que se diz

....assim como para o que não se diz

há de escolher:
- entre proferir a palavra crua
- ou perder a disponibilidade dos ouvidos

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