sábado, 9 de julho de 2011







"Me mandei pra Curitiba E como eu gosto dessa vida! Ah! Eu sei."
Oswaldo Montenegro, Drop's de Hortelã



Quase dois meses que aqui me encontro, exatos 48 dias em que estive imersa nesses ares completamente diversos daquilo que havia sido toda a minha existência até o presente momento, e sinto-me deveras satisfeita, mesmo que arrebatada por uma gripe interminável, com as pontas dos dedos desagradavelmente geladas, e com uma série de responsabilidades antes desconhecidas, e circunstancialmente negligenciadas, sinto agora brandura morna em minhas entranhas.
Eu que havia me direcionado a esse lugar aos prantos, hoje me faria em lágrimas se tivesse que retornar às origens. Foi como se aqui eu tivesse me deparado com aquilo que há de mais sincero e autêntico na minha essência, e gostado.
 Desprendida de algumas das sufocantes obrigatoriedades humanas, não me assusto mais com a ausência de rotina dos dias, e não mais faço questão de ter os caminhos previamente trilhados para se seguir instintivamente, ver-se livre dos roteiros eternos de folhetins desinteressantes me deu abertura para executar a minha própria tragédia nonsense, e mesmo que para alguns isso possa limitar-se a livros e internet, eu não me debruçaria nesta causa para tentar provar o contrário.
 Existo ativamente se me convier, e se não, não devo a ninguém, além de mim mesma, os frutos podres da minha inércia. E se me interpretarem de maneira simplista, assumo o personagem frente a platéia, camuflo a minha esquisitisse de modo que faça sentido vossas previsões. 

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