Talvez eu gostasse mesmo era das janelas
As portas estavam todas abertas
Nada se interpunha a minha possibilidade de atravessá-las
E o mundo se anunciava com cores convidativas
Em placas luminosas a vida vendia seus inúmeros atrativos
Uma série de prazes fáceis e acessíveis
Mas talvez eu gostasse mesmo era das janelas
Ficar aqui debruçada vendo o mundo passar
Voltada para a luminosidade do meu mundo interior
Contemplando as intempéries decorrentes do abismo de me ser
Nada aparente na superfície
Algo que nenhum olhar raso desmistifique
Oscilando entre o prazer e a angústia de ser imperscrutável
Um comentário:
Que saudade do tempo em que isso era permitido...
Col. Mem.
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