O meu jeito era ser só. Havia habilidades naturais que me associava a tal característica. Aquilo que outrora amedrontava, agora parecia me cair maravilhosamente bem, por alguns segundo houve paz nessa falta de familiaridade.
Tornar-se um sujeito estranho, solitário, alheio aos arredores, ainda que temporariamente.
Havia certa graça, certo prazer e contentamento nessa condição que escolhera, depois abdicara, mas que por fim colhera.
Era estranho ver-se só, absolutamente só, pela primeira vez, o que antes seria separado apenas por uma parede, alcançado com a mesma facilidade do emitir um grito de desespero, agora faz-se milhas de distância, que possivelmente ultrapassara a esfera espacial para se tornar um muro psicológico intransponível.
[Pela primeira vez Clarice fez sentido objetivamente ao dizer: "Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar".]
Nenhum comentário:
Postar um comentário