Entre tamanhas mudanças,
Que coisa terei segura?
Duvidosas esperanças
Tão certa desaventura.
Venham estes desenganos
Do meu longo engano, e vão,
Que já o tempo e os anos
Outros cuidam que me dão.
Já não sou para mudanças,
Mais quero uma dor segura.
Vá crê-las, vãs esperanças,
Quem não sabe o qu'aventura.
Bernardim Ribeiro -S.XVI
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