Herdamos silêncios,
teses e meio-termos,
ciências novíssimas
e artes entediantes.
Havia trabalho, tédio,
infindas melancolias.
Éramos números,
nomes em salas vazias,
monólogos sem apelo.
Escrevíamos maus poemas,
olhávamos pela janela do ônibus
e tudo parecia vão.
Nos sábados
saíamos a revelia,
e voltávamos cansados.
Num canal passava uma
casa cheia de gente,
noutro intelectuais
sensatos.
(E nós estávamos longe
das importâncias e procurávamos
nas ermas paragens
como barco bêbado
os encantos da vida)
.....
Noite. Noite.
Era uma noite rara
de sombras e vapores,
noite fresca e imemorial.
Chovia.
Íamos pela estrada escura,
éramos vento, música e chão.
2 comentários:
Olá,
Gostei da postagem desde poema acometido em 2004, e adorei suas intervenções gráficas em alguns versos.
Espero um dia poder te conhecer, se assim desejar.
Seu blog é muito bonito!
Parabéns!
Vinícius Fernandes Cardoso
Olá,
Gostei da postagem desde poema acometido em 2004, e adorei suas intervenções gráficas em alguns versos.
Espero um dia poder te conhecer, se assim desejar.
Seu blog é muito bonito!
Parabéns!
Vinícius Fernandes Cardoso
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