quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Confesso! Tenho tentado, há muito tempo, ao menos aparentar certa sensatez nos diversos meios sociais os quais minha decisão pela sanidade [até que a morte ou um surto muito intenso decorrente de algum rompante nos separe] tem me colocado.
E pasmem-se, tenho tido relativo sucesso nessa verdadeira MISSÃO! [Os que sabem dos meus, digamos: distúrbios verbais e comportamentais estão totalmente cientes do quão significativa é essa façanha, é quase como a promoção de leituras existencialistas, niilistas, socialistas, [...]istas, [...]istas, [acrescente aqui o que supor convir]istas, em escolas sabatinas e/ou dominicais!]

Contudo, ainda resta uma imensa ingenuidade em relação as tais práticas que tenho usado para maquiar minha insensatez e fazer com que ela pareça sua irmã mais velha: a louvada sensatez. Faltam-me definições e sobra desconhecimento de termos adequados ou corretos para defini-las.
A princípio, perscrutei vias que me levaram a conclusão de que a postura que estava escolhendo era a tão conhecida: Dissimulação.

[Do lat. Dissimulatione.]
1.Ato ou efeito de dissimular(-se).
2.Encobrimento das próprias intenções.
3.Disfarce, fingimento, hipocrisia, refolho.

Todavia, mais do que imediatamente me dei conta do quão “judaico-cristão” estava sendo tal pensamento, e do quão fora de contexto eu estaria me colocando, afinal, juntamente com a possibilidade de estar dissimulando, vinha também a certeza de que a conotação negativa que tal termo trazia consigo estava totalmente fora de questão, principalmente pelo fato de determinada postura, que traz consigo postulados que aconselham “camuflar” determinados traços não muito gentis da personalidade, estar sendo consideravelmente benéfica no inevitável processo de socialização, e sendo assim, os elementos estariam totalmente em desalinho, ao menos dentro dos preceitos que se apresentaram até o momento!

Até onde foi possível analisar, não se trata exatamente de “encobrimento de intenções”, mesmo porque minha Real Intenção nem se dá ao luxo de assentar seu traseiro nas entrelinhas, não se desgasta com suposições para não correr nem risco de ficar subentendida, a Real Intenção está sempre escancarada, qualquer tolo tem discernimento o suficiente para compreender que o uso de luvas em tratamentos, ou o trabalho de polir as palavras antes de proferi-las, não querem significar nada além de um clamor pelo não incomodo ou hostilidade, é uma forma de prevenção ao inoportuno, em termos práticos, trata-se de fazer o impossível para que o alheio não extrapole os muros de sua redoma para torrar inocentemente os tão precisos sacos.

Disfarce? Fingimento? Hipocrisia? Refolho? Não, definitivamente creio não estar trilhando caminhos tão providos de auto-sabotagem em suas paradas!
Eu poderia dizer que tenho feito uso da Abstinência, talvez pela confiabilidade e segurança.

[Do lat. Abstinentia.]
1. Abstenção.
2.Qualidade daquele que se abstém.

Mesmo estando continua e imparavelmente achando que as pessoas proferem tolices quase que por tempo integral, e não estando a questioná-las, ironizá-las e fazendo uso de meu hábito infame de deboche, ainda assim não falsifico opiniões ou conceitos apelativos para interagir, nem ao menos risinhos consentidores e tão comprometedores quanto, tenho feito uso da pertinente “cara de paisagem”, me ausentado, mesmo estando presente, ato ou efeito de abster-se!

Descartada a Dissimulação, colocada em pauta a Abstinência!

Mas antes que essa possibilidade faça com que Meus Verdadeiros Preceitos comecem a exalar seu odor rançoso pelos meus poros, preciso encontrar algo que possa subsistir por mais tempo!

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