quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"... e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodka, me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída..." Caio F.
Seu senso estético não permitiria.
Tudo aquilo era desagradabilíssimo aos seus olhos. Ela não poderia compactuar com tamanha trivialidade!
Tudo que os outros almejavam como “tipo ideal” soava deveras mal aos seus ouvidos, era como se todo aquele arsenal historicamente preparada por seus amáveis ancestrais não lhe coubesse, o tamanho era sempre grande, ela sempre terminava perdida dentro daquelas vestes, seu ser possuía deformidades que impedia sua locomoção dentro daqueles moldes.
Contudo, fora sempre movida por certa covardia travestida de uma infinidade de sentidos controversos que sempre bloquearam aquelas indelicadas palavras que seus semelhantes lhe inspiravam, mas internamente, dentro de si, ela sempre esteve aos berros desejando que todos se danassem!
Era uma espécie de insanidade camuflada de conformidade. Para si, ela se sabia louca, totalmente desvairada, mas para com os outros havia produzido um auto-controle incontrolavelmente imbatível. Nada, nem ela própria, seria capaz de soltar aquelas amarras que impedia que os matassem, mas, por dentro, o extermínio de cada um deles já estava planejado, em determinados momentos cogitava até a possibilidade de acreditar nos maus fluidos, na possibilidade de se jogar pragas, encosto, e toda uma série de coisas pertinentes, mas inatingíveis no seu ceticismo.

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