segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Aqui a sensação não era a mesma, apesar de se tratar de um espaço em branco sendo preenchido por letras, tentando transmitir qualquer coisa que fosse, não era a mesma coisa, e não se devia ao fato de efetivamente não se tratar da mesma coisa, era algo que ultrapassava esse não ser uma folha de papel e uma caneta. O sentir provocado por bater os dedos e ver as palavras surgirem não conseguia adquirir a mesma autenticidade, não havia a mesma marca de angústia que se pode perceber através dos traços feitos pelas próprias mãos, aquela marca singular que a letra de cada um imprime às mensagens, as impressões digitais presentes, de fato, a materialização do sentir. Aqui não era o mesmo, aqui soava falso, artificial, corriqueiro, aqui, antes de ser lido, o que todos faziam parecia igual, visto à distância. Aqui, a primeira vista, todo mundo não passava de farinha do mesmo saco. E tenho dito!

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