segunda-feira, 11 de maio de 2009



Não havia motivos para buscar as causalidades, ela nunca havia entendido qual era a utilidade de encontrar a mola propulsora dos males, ela já conhecia as suas motivações e era plenamente consciente da sua irreversibilidade.
Tratava-se apenas de uma fase, mais um episódio de suas crises cíclicas, assim como nas outras circunstâncias, os sintomas viriam não se sabe se com a mesma intensidade, mas logo desapareceriam, subitamente, como o cair da noite, inevitável.
Aprendera a adoecer docemente. Encontrara na dor um colo macio e acalentador. Aprofundara-se na própria falta de objetividade, saída de emergência para quando a vida proporciona entusiasmos tão tênues como o gosto de uma alface, e a dor estaria momentaneamente suspensa, como poeira espanada logo voltaria a desabar.

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