domingo, 15 de março de 2009

Nos finais de semana nunca é possível, você pode passar a semana toda camuflando-se entre seus companheiros de trabalho, supostos amigos de faculdade, aspirantes a magros ou fortões de academia, sem que nenhum deles perceba absolutamente nada de estranho em você, são cinco dias da glória da normalidade, você pode transitar entre todos sem o risco de ser apedrejado ou mandado para Sibéria, mas não nos finais de semana.
Nos finais de semanas desse mundo pós-moderno o que fica subentendido é que você tem que pertencer a algo, a qual grupo é o menos importante, mas é obrigatório que você seja visto entre os demais, misantropia tornou-se uma das espécies mais condenadas de criminalidade. As perguntas que irão definir o seu grau de sociopátia serão feitas comumente nas sextas, ou nas segundas, ou então a fatal evidencia será fabricada naqueles típicos telefonemas de final de semana.

-Oi tudo bem, e aí, to te ligando para saber se vai fazer alguma coisa hoje a noite.

Tornou-se obrigatório fazer alguma coisa toda a noite, só porque é sábado. Essa obsessão urbanóide de aliviar a neurose a qualquer preço nos fins de semana, como se os que não praticassem os rituais purificadores, sejam eles de cunho religioso ou orgiástico, estivessem marcados com o sinal da besta.
Francamente.

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