quinta-feira, 1 de janeiro de 2009


Sem companhia, amor ou cigarros se abraçou na garrafa de whisky mais próxima – logo ela que nunca tomava aquelas bebidas fortes do oeste, que não suportava com gelo nem puro o sabor compacto do destilado quase amargo descendo pelo corpo – tomou dois, cantou Piaf, a única melodia que ainda atingia seu interior bruto, quase intocável, só de lembranças putrefatas e sujas, pela cinza. Tomou duas doses puras desta vez e dançou. Dançou sem música pela casa, não escutava a sua própria, proclamando sua solidão interna e o abandono daqueles por quem esperava pelo socorro naquela ocasião. CFA

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