Descansa agora, Senhora M.A.
Sossega seu coração das angústias da vida
Tens agora o seu canto irrenunciável
Que acolherá o que foi contigo,
sem cobrar retorno
Imagino ainda de ti o olhar pesaroso
da ingratidão dos viventes
Aquieto com certo conforto por recordar
Que ainda lhe havia o prazer do chocolate
Imagino-te em sua partida solitária
E lamento pelo pertencimento a espécie humana
Pouco importa que teu fim seja reflexo do percurso realizado
Desejo a ti o descanso que só o findar proporciona
Deixo-te esse poema solto no vazio
de nossa compartilhada insignificância
Como teu último chocolate.