terça-feira, 24 de julho de 2012


Ácido arsenal que corrói as entranhas
Flácida firmeza dos seres em parcas artimanhas
E a vida não é um osso que se rói fácil

PEQUENO TRATADO COTIDIANO ACERCA DA HUMANIDADE VII


Humanidade: Um amontoado de iguais que sobrevivem no e do autoengano, na tentativa de buscar ressaltar aquilo que supõe possuir de excêntrico e diferenciado, para posteriormente se juntar a outro amontoado de iguais em proporção reduzida, com a única finalidade de poder ter legitimado aquilo que imagina sustentar o seu império ideal.

E na primeira catástrofe, tudo se dissolve e nos vemos como um, e nesta unidade, identificamos o angustiante nada que somos.

sábado, 21 de julho de 2012

PEQUENO TRATADO COTIDIANO ACERCA DA HUMANIDADE VI

 No fim de todo prognóstico as pessoas não passam de toscas nos desvarios demonstrativos e espontâneos de si. Todos animalescos, com variações deveras imperceptíveis de grau de domesticação

PEQUENO TRATADO COTIDIANO ACERCA DA HUMANIDADE V


O ápice da tolice é o ponto culminante dos seres demasiado comunicativos.

Não há quem tenha tanto a ser dito, e não perdura a sabedoria que se vocifera no cotidiano.

E aquele que não reverencia periodicamente o silêncio e a observação de si, a análise minimalista e ponderada do outro, e o reconhecimento trabalhoso por desgastante e contínuo de todo terreno que pisa, por conta da própria metamorfose do mesmo: Chafurda na ignorância, e vegeta nas fezes cotidianas.

PEQUENO TRATADO COTIDIANO ACERCA DA HUMANIDADE IV


Pobre animal humano que tem como marca primordial de sua racionalidade a necessidade grotescamente ridícula e irritante de reconhecimento.
Ridícula pela negação persistente da própria condição medíocre e angustiante da matéria da qual é composto, e das manifestações irrisórias de nossas virtudes, que além de poucas e parcas, são precárias, dissolvem-se com o passar dos dias no percurso da existência.
Irritante por tratar-se de uma exposição de egos; e um ego nunca está verdadeiramente disposto ao árduo trabalho de receber e digerir as manifestações egoisticamente egóicas do outro. Históricas batalhas de exposição de si; poucos holofotes para tantos supostos seres dignos de receber um foco de luz.
E a aceitação da insignificância tarda, e quando chega, pena-se para viver e procrastina-se de maneira perturbadora para morrer, perdurando a indignidade de tudo que há de humano.

PEQUENO TRATADO COTIDINO ACERCA DA HUMANIDADE III


E preciso estar livre e aberto 
à contradição
É necessário aceitar as condicionantes 
do pensamento
Que resulta na manutenção deste
em constante fluxo

Mas a espécie tende a inércia
Motivados pela aversão a toda espécie de mudança

sexta-feira, 13 de julho de 2012

PEQUENO TRATADO COTIDIANO ACERCA DA HUMANIDADE II


E isso são os seres:
Profissionalizados em sua hipocrisia
Especializados em sua covardia
Hipocrisia para com o entendimento daquilo que vêem
Covardia na aceitação do entendimento daquilo que constatam
E todos somos mestres da enganação e do autoengano

terça-feira, 10 de julho de 2012

Pequeno tratado cotidiano acerca da humanidade

Tantos seres envoltos por essa aura de busca pela beleza
Quão irritáveis são quando questionados em suas motivações
Quão inconsistentes seus argumentos quanto ao que pensam mover seus atos
E quão irritante essa inconsciência e negação da burrice em que consistem