sexta-feira, 28 de maio de 2010






Solidão, que poeira leve
Solidão, olha a casa é sua

quinta-feira, 27 de maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010






Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.



Eugênio de Andrade

sexta-feira, 7 de maio de 2010



A vida tem sido essa coisa morna que não merece desgaste reflexivo. Refletir é matéria suicida e desgastante, não necessariamente pelo trabalho mental empregado, mas pela certeza irrefutável da angústia que se encontra pelo caminho em forma de material gosmento capaz de fazer deslizar até os passos mais firmes e precisos, e o caos, em estacas pontiagudas perfurando toda e qualquer superfície dos supostos seres providos de trabalho mental, e principalmente pela certeza que no findar do processo reflexivo, sempre se usa conclusões que demonstram a banalidade de todo e qualquer processo, e toda e qualquer circunstância.
Nada resiste, o interesse é efêmero, não resiste aos dedos perscrutadores que apalpam a vida em busca de cavidades novas e inexploradas, não há becos na existência que resista ao acender de uma lâmpada.
Não há nada
Nada resiste

Se podes, consegues, tem estômago, habilidade e prática, viva na superfície!