sábado, 24 de outubro de 2009

A comparação é totalmente pertinente, não haveria nenhuma possibilidade de questionamento, a não ser por parte dos adeptos aos frutos podres e desprezíveis da humanidade.
Nos memoráveis tempos de minha adolescência, quando ainda existia aquela necessidade gritante de socialização, de pertencer há algo, estar em meio aos iguais e todo um arsenal de motivos fundamentados na mais miserável dignidade adolescente que se embasa nos valores mais mesquinhos possíveis, tempos aqueles em que uma força mais intensa do que os gritos de minha mãe tinha o poder incontrolável de me acordar cedo aos domingos para frequentar o tão admirado Clube de Desbravadores, e para me fazer comparecer, até mesmo com um certo prazer, em todos aqueles acampamentos cobertos de lama, comida ruim, noites mal dormidas, e o principal, seres prepotentes que certamente inspiraram o início do legado da minha própria prepotência.
Pois então, hoje percebo que a sensação desagradabilíssima apenas se travesti, muda-se um pouco os personagens, o cenário, os valores pelos quais esses personagens prezam, mas a náusea que proporcionam sempre permanece.
Quando notei que estava quase estourando meus tímpanos com os fones de ouvido no máximo volume repassando minha lista de músicas provida do máximo de requinte que consegui alcançar, tive aquela mesma sensação dos dias em que chegava dos acampamentos e tomava os banhos mais quentes e demorados possíveis como forma de dar as costas para toda aquela valorização do contato direto com a natureza e principalmente com o contato direito com a àgua gelada da natureza, executava minhas mais perversas farras gastronômicas com a satisfação que só os recursos da auto-destruição proporcionam, era uma purificação inversa contra todos aqueles dias de aveia, lentilha e sopas de repolho, e dormia o mais profundo sono, e por mais paradoxal que seja, sentido-se verdadeiramente leve.
O fato é que mesmo com os tímpanos provavelmente sofrendo sérias lesões, e com toda aquela perturbação que fones de ouvido no volume máximo proporcionam, ainda assim, vou dormir com a certeza de ter me purificado de todas aquelas atrocidades que invadiram meu campo visual e auditivo... faltam apenas os interlocutores de valor para me livrar da interação com tanta tolice...

sábado, 17 de outubro de 2009

Até as faltas mais torpes são passíveis de tolerância, menos a ingratidão, ela é a verdadeira Besta que deixa sua marca no herege morderno.

sábado, 10 de outubro de 2009



"[...]Que nojo o mundo, este jardim de ervas daninhas. [...]"
(Ato I, Cena II: Príncipe Hamlet)

domingo, 4 de outubro de 2009

Dos tempos em que o pieguismo não soava como uma afronta ao bom gosto...

"Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide todos se separam
A diferença é o que temos em comum

Não ha nada de concreto entre nossos labios
Só um muro de batom e frases sem fim
holofotes nos meus olhos cegam mais do que iluminam
nem caiu a ficha e já caiu a ligaçao"
(engenheiros do hawaii)