segunda-feira, 29 de junho de 2009

De subito, certo pânico impera, e eis que surge uma série de indagações, dentre tantas há aquela que sempre consegue destaque, gritante, desesperada, o velho queixume intensificado. Do lamento ao verdadeiro surto, acordando a inquietude que havia dado trégua. É decretado o fim da mornidão, acrescentado subsídios desconhecidos para garantia da consistência de sua pasta espiritual.
Insistentemente perguntava-se, querendo saber a todo custo, sem se importar com o quão dolorida poderia ser a resposta: Em qual parte do percurso haveria dormido?
Em meio as interrogações, apenas uma afirmação fazia-se inquestionável: Os elementos estavam no mais absoluto desalinho.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

"Mamãe há pouco bateu na porta, depois abriu e perguntou se eu estava bem. Achei engraçado. “Eu nunca estou bem” tive vontade de responder. Ou então: “O que é estar bem?” Preferi dizer que sim: "Sim, mamãe, estou bem".
C. F. A.

terça-feira, 23 de junho de 2009

[fadada ao clichê]

quinta-feira, 18 de junho de 2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Eu necessitava daquelas palavras da mesma forma que necessitava de oxigênio, ambos disputavam o primeiro lugar na hierarquia das coisas indispensáveis, mas havia certo equilíbrio quanto à perturbação que me causava a ânsia por eles.
Primeiramente, a vida não me agradava, eu não havia conseguido apreender o sentido que fazia as pessoas darem continuidade a vossas existências, desse modo, o não respirar me salvaria do mais profundo desalento, porém, a constatação desse fato não diminuía o desespero frente a qualquer possibilidade de asfixia, contradição irremediável, como se houvesse um duelo entre a minha mente e as minhas funções vitais, contudo, meus pensamentos considerados adoecidos nunca predominavam frente à necessidade de continuidade do meu corpo.
Dessa mesma maneira incompreensível, havia aquela profunda necessidade pela junção que se podia fazer daquelas palavras, ao vê-las sentia a mais sincera necessidade de enquadrar-me nelas, dar a minha pequenez um pouco daquele brilho, que para muitos aparentava a mais profunda opacidade, mas que reluziam frente aos meus olhos, como se aquelas explanações exageradas acerca da mediocridade, ou apenas providas dela, acabassem por abrandá-la, como se fosse possível proporcionarem a produção de anticorpos contra as sentimentaloidices mal fundamentadas daqueles que pensam me ludibriar.

O descontentamento sempre aparenta a mais clara limpidez, desprovido de recursos enganadores, amanhece o dia com promessas de verdades absolutas, não causa estranhamentos e nem proporciona subsídios para o auto-engano, não promove a inveja, não desperta a luxúria, traz consigo certa santidade, uma estado de permanência, sem grandes oscilações, não surpreende com nada inesperado, como se fosse um fim inevitável no qual chegariam todos, um porto, parada obrigatória, todos estariam predestinados há conhecê-lo, em todas as direções e independente do percurso, lá estaria ele representado pela vossa santidade: A Infelicidade! Pronta para agarrar com seus braços frios, e assoprar nas faces seu hálito petrificante. E de tão coerente que se faz, tão condizente com todos os tipos de evidencias, tão longe de qualquer equivoco, provoca entregas irrelutantes.
A felicidade assemelha-se a uma meretriz, uma farsante, seus atributos parecem provir de artifícios superficiais, não suportando analises aprofundadas, uma embriagues que certamente se cura ao amanhecer, trazendo a ressaca moral revestida do mais desesperado arrependimento.
Uma elevação onde a queda faz-se inevitável; como se a insatisfação, ou qualquer outro estado tão lamentável quanto, provido dos mesmos requintes de crueldade, proporcionasse uma certeza de se estar com os pés firmados no chão, na mais profunda lucidez e com os pensamentos regidos pela mais sensata racionalidade.
A felicidade soa como uma espécie de traição; a presença dos rompantes de contentamento transmite a impressão de erro, falha no senso de responsabilidade, anunciação de um mal maior que os anteriores, um inquestionável equivoco, sensação de se estar caminhando com um sapato números menores que o necessário para o tamanho dos pés, uma ousadia irresponsável e sempre inoportuna.
A infelicidade consegue ser algo tão predominante ao ponto da felicidade aludir certo desvio no percurso existencial.