terça-feira, 31 de julho de 2007

Peço, por favor, não se aproximem muito, deixe que eu mantenha o interesse da distância, visto de perto tudo é demasiado humano, a inconformidade tende a crescer quando se nota traços tão semelhantes em todos os bípedes viventes, deixe que eu pense apenas que fui amaldiçoada pelo acaso por ter me deparado com tantos iguais e previsíveis, não comprovem as minhas suspeitas.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

É como eu sempre digo: Tudo é uma questão de tempo. sempre.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

por vezes falava desse espanto, mas, como ninguém parecia partilhá-lo nem sequer compreendê-lo (a vida é feita assim de pequenas solidões), esqueci-o.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

''As pessoas agarravam-se cegamente à primeira coisa que lhes aparecesse: comunismo, orgias, andar de bicicleta, erva, o catolicismo, halteres, viagens, o recolhimento, a comida vegetariana, a índia, pintura, beber, andar por aí, iogurtes, congelados, Beethoven, Bach, Buda, Cristo, haxixe, sumo de cenoura, suicídio, roupas por medida, viajar de avião, Nova Iorque, e de repente tudo desaparece. As pessoas tinham de encontrar coisas para fazer enquanto esperavam pela morte. Acho que era bom podermos escolher.''

(Bukowski)

terça-feira, 17 de julho de 2007

Longe de estar pendendo para o resto de ranço comunista, porém, mais longe ainda de aderir à lógica do capital.

“Qual a utilidade de vossas camisas de seda? Estão penduradas aí, aos milhões, invendáveis; e há os milhões de costas nuas, trabalhadoras, que não as podem usar. As camisas são úteis para cobrir as costas humanas; inúteis para qualquer outra finalidade, um motejo insuportável, de outro modo. Que recuo representa esse aspecto do problema!” (Leo Huberman, História da Riqueza do Homem, pág. 302)"

segunda-feira, 16 de julho de 2007

''A dor é uma coisa estranha. Um gato que mata um pássaro, um acidente
de automóvel, um incêndio... A dor chega, BANG, e eis que ela te atinge. É
real. E aos olhos de qualquer pessoa pareces um estúpido. Como se te
tornasses, de repente, num idiota. E não há cura para isso, a menos que
encontres alguém que compreenda o que sentes e te saiba ajudar.''

(Bukowski)

sexta-feira, 13 de julho de 2007

"A vida das pessoas sãs, dos homens comuns, era uma estupidez pior do que a morte. Parecia não haver alternativa possível. A educação também parecia uma armadilha. A pouca educação que eu tinha me permitido havia me tornado ainda mais desconfiado. O que eram médicos, advogados, cientistas? Apenas homens que tinham permitido que sua liberdade de pensamento e a capacidade de agir como indivíduos lhes fosse retirada"


(Bukowski)

quarta-feira, 11 de julho de 2007

"Uma maldita nação inteira de desgraçados dirigindo carros, comendo, tendo bebês, fazendo todas as coisas da pior maneira possível, como votar em candidatos à presidência que os fizessem lembrar de si mesmos.
Eu não tinha interesses. Eu não tinha interesse por nada. Não fazia a mínima idéia de como iria escapar. Os outros, ao menos, tinham algum gosto pela vida. Pareciam entender algo que me era inacessível. Talvez eu fosse retardado. Era possível. Freqüentemente me sentia inferior.
Queria apenas encontrar um jeito de me afastar de todo mundo. Mas não havia lugar para ir. Suicídio? Jesus Cristo, apenas mais trabalho. Sentia que o ideal era poder dormir por uns cinco anos, mas isso eles não permitiriam."


(Misto Quente, Charles Bukowski)

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Saindo de Cena.

Seria esse o momento apropriado?

domingo, 8 de julho de 2007

A Solidão Final

Depois de todas as negações, depois da falência de todas as formas de uma pacificação, o homem descobre enfim que está só. Todos os brinquedos da nossa infância milenar jazem por terra com as tripas mecânicas de fora, e depois do prazer com que os desventrámos, olhamos, aterrados, por não termos mais brinquedos para desventrar... As horas ressoam no céu deserto onde só o silêncio responde ao nosso pobre pavor.

Vergílio Ferreira, Carta ao Futuro.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Além de atores, precisamos ser platéia.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Pior do que descobrir que uma estratégia usual sua é de pouco êxito, é descobrir sendo alvo da mesma.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Vazio repleto de falta.

domingo, 1 de julho de 2007

Os "Humoristas" da atualidade a cada dia surpreendem mais com seus fracassados espetáculos. Aguçando minimamente a percepção logo se entende o enredo principal e percebe-se o drama pessoal que existe por trás das sátiras (no palco nada escapa da luz dos holofotes). Contradizem-se sempre na busca de sustentar seus personagens, fingem personificar o disfarce, decoram suas falas de forma tão ordenada que esquecem que as perguntas mudam... e que o público também se altera, dificultando o sucesso na dissimulação.